terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mudança


Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.

Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!

(Clarice Lispector)


                            Por: Caroline Lembo

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

EU SOU SIM E SOU NÃO; ASSIM E NÃO EU SOU NÃO SOU!...


Coisa muita estranha é esta de ser um homem divinamente caído e caidamente divino!

.Sim, de carregar o finito e o infinito;
.de ser mortal e eterno;
.de ser animal mamífero e um deus filho de Deus;
.de ser livre para escolher e condicionado a tantas determinações que turvam a escolha;
.de ter arbítrio e também de reagir à revelia do arbítrio;
.de ser santo na mesma natureza pecadora e caída;
.de estar preso ao tempo/espaço e já poder transcendê-lo até pelo pensar, pelo imaginar e pelo crer;
.de contar dias sabendo da eternidade;
.de ter apegos mortais enquanto se celebra o eterno;
.de sentir separações que sabemos não separam;
.de temer amar quando a vida que é [...], é apenas amor;
.de adiar a morte quando é justamente ela que nos livra dela própria;
.de temer a libertação daquilo que de fato liberta;
.de amedrontar-se do que não pode matar;
.de esperar frustrado o que já se sabe que é;
.de relutar em ter fé Naquele que teve fé em nós por nos ter feito de nada além do Seu próprio desejo;
.de andar nas calçadas de poeira esquecido do Caminho;
.de buscar fora [...] a Verdade que existe apenas dentro;
.de almejar a Vida como se ela não nos habitasse;
.de invocar Deus acima e não no interior; de separar os semelhantes sem enxergar a obviedade da nossa mesma semelhança;
.de nos impressionarmos ainda com tudo o que não passa de miragem; de atribuirmos direito duradouro ao que se desvanece;
.de sairmos para lutas que estão já acabadas;
.de nos abalarmos com aquilo que já carrega o signo da falência;
.de confessarmos com gritos o que na vida não cremos;
.de pregarmos em alaridos e não desejarmos viver nem mesmo em silêncio;
.de pensarmos e não concluirmos que quase nada cabe no pensamento;
.de habitarmos o finito do tempo/espaço e não nos darmos conta de que até em seus limites nada vemos;
.de aceitarmos estatísticas e tergiversarmos ante a sabedoria;
.de nos culparmos do que não provocamos;
. de não culparmo-nos pelo que fizemos; de justificarmo-nos do que não requer nada além de consciência e mudança;
.de aceitarmos que um conjunto de arrazoados tenha o suposto poder de salvar a uns e condenar a outros;
.de confessarmos a inalcançabilidade de Deus e Lhe defendermos os templos; de carregarmos em nós o pode do louvor e imaginarmos que ele não acontece se não cantarmos; etc... — enfim, de sabendo tudo isto acerca de nós mesmos, vivermos como se nada disso fosse o que de fato é!

Assim, não me é possível deixar de pensar que a maior tragédia humana é o medo de crer, de ver, de saber, de aceitar os limites e de acolher os não limites; de ser tão maravilhosamente divino em sua origem, e tão desgraçadamente mamífero e animal em suas escolhas; de ser sobejamente elevado e, ao mesmo tempo, tão aferrado ao que é mesquinho; de ser tão para além das estrelas enquanto briga com tanta avidez pelos espaços feitos de pó!

Ah! Que desgraçadamente linda e patética é a existência humana!

Caio Fábio - Ex presbiteriano 




Uma amiga de trabalho me passou, achei muito interessante este texto, e não é muito diferente, de tudo o que acreditamos, espero que gostem.

                                                             Por: Caroline Lembo

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Paulo - Um homem em Cristo




"Mas pela graça de Deus sou o que sou" (I Corintios,15:10.)


Por ciúme e discórdia, 
Paulo ostentou o preço da paciência.
Sete vezes carregado de cadeias,exilado, apedrejado,[arauto no Oriente e no Ocidente,recebeu a ilustre glória por sua fé.
Ensinou ao mundo toda a justiça e chegou aos confins do Ocidente, dando testemunho diante das autoridades.
assim deixou o mundo e foi em busca do lugar santo, ele que se tornou o mais ilustre exemplo de paciência.

domingo, 1 de janeiro de 2012

                        
Para reflexão e aprimoramento, para perdoar e perdoar-se. Encurtando: Para férias!